COOPERATIVAS E HOSPITAIS CONTRA DIREITOS TRABALHISTAS DOS MÉDICOS
COOPERATIVAS E HOSPITAIS QUEREM ABOLIR DIREITOS TRABALHISTAS.
COOPERATIVAS DE
TRABALHO E DONOS DE HOSPITAIS QUEREM FLEXIBILIZAR DIREITOS DO
TRABALHADORES E TIRAR AO MÉDICO O DIREITO DA CARTEIRA ASSINADA. PROJETO
DO TUCANO MINEIRO JOSÉ RAFAEL GUERRA ATACA OS DIREITOS DE OUTRAS
CATEGORIAS NA ÁREA DA SAÚDE.
A crise
econômica americana foi a queda do muro de Berlim do neoliberalismo. Mas
algumas idéias neoliberais, sobreviventes da era FHC, persistem em
insistir. Uma delas é a flexibilização dos direitos do trabalhador, tão
duramente conquistados.
O médico não pode fazer plantões,
trabalhar 24 horas ou mais em um hospital, sem ter um vínculo
empregatício com a empresa que necessita de seus serviços. Essa
situação, levaria à terceirização e acabaria prejudicando outras
categorias profissionais, para as quais os donos dos negócios sentiriam
mais à vontade para recorrer ao expediente da terceirização indevida.
Essa afirmação pode parecer muito óbvia, para profissionais da área de
recursos humanos, para advogados trabalhistas, para auditores do
Ministério do Trabalho, para juízes e procuradores do Trabalho, para
sindicalistas. Mas, em Belo Horizonte,as cooperativas lançam-se ao
audacioso projeto, já derrotado na era FHC, de flexibilizar os direitos
dos trabalhadores.
A situação merece atenção dos
sindicalistas de todas as áreas, porque se arrombada a porta,
permitindo-se a terceirização da mão-de-obra médica e o desvirtuamento
das cooperativas de trabalho, nada garantirá que amanhã a investida não
se estenderá a bancos, indústrias, educação e a todos os setores de
prestação de serviços.
O encaminhamento dessa questão está
sendo feito de forma sorrateira. Os beneficiários são os controladores
das cooperativas médicas de trabalho e donos de clínicas e hospitais,
além dos planos de saúde. Os prejudicados serão os médicos que perderão
seus direitos trabalhistas e, posteriormente, todos os trabalhadores.
Não houve uma consulta ampla aos médicos, em especial aos que têm
direito a uma carteira assinada.
CLIQUE ABAIXO E LEIA MAIS.
A matéria alarmente teve como título
**Reunião debate contratação de médicos com carteira assinada** e saiu
no jornal "Estado de Minas". Pode ser conferida na página http://tinyurl.com/3tkuat .
O espírito da reunião é traduzido pelo jornal:
Fórum debate o fato de médicos não terem de
seguir regras da CLT, pois maioria se organiza em cooperativas e é paga
pelos planos de saúde, conforme produtividade. Ou seja, o alvo é o
confisco dos direitos trabalhistas dos médicos.
Donos de hospitais, clínicas, planos de
saúde e congêneres, estão alarmados porque o Ministério do Trabalho,
cumprindo a lei, lhes aplica multas. Ou seja, pressupõem o direito do
enriquecimento ilícito baseado no descumprimento da legislação
trabalhista vigente no País.
O Superintendente do Ministério do Trabalho denuncia que "há casos de novatos que estão cumprindo jornada diária de oito horas dentro dos hospitais e que nesse caso precisam ter vínculo empregatício". "Sabemos que há maus empregadores que aproveitam das cooperativas, que é um sistema mais barato de contrato, para manter profissionais que deveriam ter o vínculo empregatício. Quem achar que houve abuso dos fiscais deve recorrer. Também temos consciência da responsabilidade da área médica e como esse setor é importante para a sociedade", acrescenta.
Do outro lado falaram advogados
patronais, o vice-presidente da Associação Nacional de Hospitais
Privados, Henrique Salvador, o Presidente do Sindicato dos Hospitais de
Minas Gerais, Castinaldo Bastos Santos.
Além dos representantes patronais favoráveis ao fim da carteira assinada, compareceu o Presidente do CRM MG (Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais) Hermann von Tiesenhausen. Falando do trabalho médico ele disse: "aqueles que atuam na saúde privada e suplementar não precisam seguir as regras da CLT. Em um país em que temos uma saúde caótica, esse tipo de medida vai onerar hospitais e médicos e certamente vai refletir nas pessoas que precisam da assistência".
Os representantes patronais presentes à
reunião não teriam suas domésticas contratadas por cooperativas e nem
pensam em terceirizar os serviços de enfermagem de seus hospitais ou
mesmo a recepção. Mas, quando se fala em trabalho médico, querem o fim
da carteira assinada.
Esse projeto encontra eco no Congresso
Nacional. O deputado tucano de Belo Horizonte, José Rafael Guerra, está
defendendo o fim da carteira assinada para os médicos trabalhadores de
hospitais ( confira emhttp://tinyurl.com/4kuqfq ). O texto do projeto do tucano mineiro, que tira dos médicos o direito a ter a carteira de trabalho pode ser lido em http://tinyurl.com/52ybdp
. Ele já estende o projeto a todos os profissionais de nível superior
que atuam dentro de um hospital, ampliando o projeto de flexibilização
dos direitos trabalhistas.
Para os demais trabalhadores fica o alerta: depois de arrombada a porta não vai adiantar mais querer reforçar a tranca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário